Ofélia Teresinha Baldan

Ofélia Teresinha Baldan nasceu em 15 de janeiro de 1934. Poetisa talentosa, declamadora apaixonada e mulher de presença encantadora, foi uma das fundadoras da Academia Itapemense de Letras, onde ocupou com honra a Cadeira nº 05, cujo patrono é o maestro Carlos Gomes.

Moradora de Itapema, era casada com o Sr. José, carinhosamente chamado de “seu Zé”, seu grande companheiro de vida e presença constante nos eventos culturais da Academia. Ofélia se destacava por sua memória impressionante e sua capacidade de declamar poesias com emoção e perfeição, encantando plateias de todas as idades.

Sempre alegre, acolhedora e generosa, era conhecida por receber amigos com carinho em seu aconchegante apartamento, decorado por ela com esmero. Em meio a cafés e conversas, exibia com orgulho sua coleção de sapatinhos em uma cristaleira especial — cada um deles com uma história marcada por afeto e amizade.

Vaidosa e elegante, gostava de se arrumar, usar suas joias e cuidar do cabelo matizado em tons de prata. Mas sua vaidade maior estava nas palavras — que escrevia, declamava e espalhava com amor por onde passava. Visitava escolas, participava de eventos culturais e deixava sua marca por meio da literatura e da emoção de sua voz.

Além da AIL, Ofélia também integrou a Academia Tijuquense de Letras, onde foi igualmente ativa e comprometida com a promoção da cultura em seu município.

Após o falecimento de seu esposo, com quem compartilhou uma vida de cumplicidade, Ofélia sentiu o impacto da solidão e decidiu se mudar para Londrina (PR), para estar próxima da família. Mesmo distante, manteve vínculos com a AIL, participando de reuniões on-line, enviando poemas e mantendo contato sempre que possível.

Em Londrina, viveu seus últimos anos com dignidade e carinho, acolhida por um centro de apoio geriátrico. Foi lá que realizou um antigo sonho: publicar seu livro. Com esforço e perseverança, lançou em 2022 a obra Longe Demais, uma coletânea de contos e poemas que sintetiza sua sensibilidade, sua fé na vida e sua paixão pela literatura.

Ofélia faleceu em 8 de maio de 2023. A notícia de sua partida chegou aos membros da Academia apenas em janeiro do ano seguinte, no dia do seu aniversário. Sua ausência foi profundamente sentida por todos.

Seu legado, no entanto, permanece vivo. A memória de sua voz declamando poesia, sua dedicação à cultura e sua ternura como amiga e confreira são lembranças permanentes entre os que conviveram com ela. Como ela mesma disse:

“Na caminhada da vida, sempre vamos precisar de apoio para realizar nossos sonhos. E não há idade certa para fazer novas amizades, para experimentar novas sensações, para se emocionar com a arte.”

Ofélia Baldan será eternamente lembrada como a poetisa que transformava palavras em sentimento e presença em afeto.

Assista o vídeo em tributo à ela: Clique Aqui