Lauro Severiano Müller
- Cadeira 27
Biografia
Lauro Severiano Müller, nascido em 8 de novembro de 1863 na Vila de Itajaí, Santa Catarina, foi uma figura multifacetada no cenário brasileiro, atuando como militar, engenheiro, político e diplomata. Ele faleceu no Rio de Janeiro em 30 de julho de 1926.
Era descendente de imigrantes alemães que se estabeleceram na colônia de São Pedro de Alcântara em 1829. Seu avô Johann era um colono agrícola, enquanto seu pai Peter Müller, abandonou a agricultura para trabalhar no transporte marítimo e, posteriormente, no comércio em Itajaí, ao lado de seu irmão. Lauro teve sua educação inicial com o professor Justino José da Silva em Itajaí, e mais tarde estudou com o professor alemão Bruno Scharn em Blumenau, onde morou com seus tios.
Aos 14 anos, Lauro mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou em uma casa de ferragens e teve contato com livros durante seu tempo livre. Seu tio Leopoldo Riegel, percebendo seu interesse pelos estudos, matriculou-o no Liceu de Humanidade de Niterói.
Ingressou na Escola Militar da Praia Vermelha em 28 de fevereiro de 1882, formando-se como alferes em engenharia em 1885. Ao longo de sua carreira militar, ele foi promovido sucessivamente até alcançar o posto de general de divisão em 1921.
Casou-se em 11 de maio de 1893 com Luiza Henriqueta Ferreira de Andrade, com quem teve três filhos: Laura, Lauro e Antônio Pedro.
Foi um defensor das ideias republicanas, tendo sido aluno de Benjamin Constant na Escola Militar. Após a Proclamação da República em 1889, ele foi nomeado governador provisório de Santa Catarina. Sua administração foi breve, mas eficiente, conseguindo adaptar os serviços públicos ao novo regime sem demissões ou conflitos significativos.
Foi iniciado na Maçonaria em 14 de março de 1888, no Grande Oriente do Brasil, onde o movimento republicano era bastante influente.
Durante a Revolução Federalista, Lauro Müller combateu ao lado de figuras como Hercílio Luz e Felipe Schmidt. Foi deposto pelos federalistas em 1891 e teve que se esconder para evitar violências. Mais tarde, em 1893, participou das forças que retomaram a capital de Santa Catarina.
Em 1902, assumiu o Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas sob a presidência de Rodrigues Alves, destacando-se por obras como a construção da Avenida Central (hoje Avenida Rio Branco) e melhorias no porto do Rio de Janeiro. De 1913 a 1917, foi ministro das Relações Exteriores, defendendo a integração sul-americana e a neutralidade do Brasil na Primeira Guerra Mundial. As origens germânicas de Müller foram usadas contra ele, resultando em pressão para renunciar ao cargo.
Em 1917, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, sucedendo o Barão do Rio Branco, reconhecido por sua cultura e habilidades oratórias.
Em 1918, Lauro Müller foi eleito governador de Santa Catarina, mas renunciou ao cargo, permitindo a ascensão de Hercílio Luz, seu adversário político dentro do mesmo partido. Após essa renúncia, ele voltou a ocupar uma cadeira no Senado até 1923.
Lauro Müller faleceu no Rio de Janeiro e foi sepultado no Cemitério de São João Batista, em Botafogo.
- 08/11/1863
- Itajaí (SC)
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- 30/07/1926